Jesus, homem de coragem(Marcos 10.32-34)
Leitura: Marcos 10.32-34
A presente passagem diz respeito ao terceiro anúncio da paixão feita pelo Senhor nesse evangelho.
Consta no versículo 32 que Jesus e seus discípulos estavam "subindo para Jerusalém".
A ideia pode realmente ser geográfica, afinal, Jerusalém se encontra cerca de 800 m acima do nível do mar, e o Templo de Salomão era construído sobre a colina de Sião (cerca de 820 m também acima do nível do mar).
Entretanto, também pode estar incluída a ideia de elevação espiritual, e possivelmente estavam indo para a festa relativa à Páscoa.
Era em Jerusalém que estavam os mais poderosos e perigosos inimigos de Jesus.
O versículo menciona ainda que "Jesus ia a frente dos discípulos". Sim, ele era o líder destemido, determinado, que ia a frente dos seus.
Os discípulos "seguiam tomados de apreensões". Talvez estivessem sentido algo diferente. Algo no olhar do Senhor, no seu silêncio, enfim. Pressentiram que algo talvez não fosse ficar bem. Alguns deles talvez ainda pensassem que estivessem indo para Jerusalém para tomar o poder.
O Senhor então "levou à parte os doze", o que demonstra que o grupo era maior. Aquilo que o Senhor tinha para dizer, no momento, não era adequado que fosse compartilhado com todos.
No versículo 33, o Senhor refere-se a si mesmo como "o Filho do homem". O termo certamente é uma referência a Daniel 7.13-14, e que naquele contexto significava que aquele teria domínio eterno e que seu reino jamais seria destruído. Em relação ao evangelho de Marcos, nessa passagem, possivelmente diga respeito á humanidade do Senhor.
O Senhor menciona tudo o que irá ocorrer com ele. Que "será entregue aos principais sacerdotes e escribas", ou seja, aqueles que irão julgá-lo e condená-lo. "Ser entregue" possivelmente diga respeito ao ato de Judas em traí-lo.
Nesta ocasião "condena-lo-ão à morte", em um julgamento relâmpago e injusto.
Jesus menciona que "o entregarão aos gentios", pois, naquele momento, os judeus não poderiam executar a pena de morte; somente os romanos poderiam.
Também é descrito que "hão de escarnecê-lo, cuspir nele e açoitá-lo", que de fato, foi o que Jesus sofreu nas mão dos gentios.
E finalmente, é dito que "irão matá-lo", ou seja, verdadeiramente o Messias esperado iria experimentar a morte.
Mas a morte não teria a última palavra, pois ele assegurou que "depois de três dias ressuscitará".
O que impressiona nessa passagem é a determinação e coragem demonstradas pelo Senhor.
Ele sabia exatamente o que iria ocorrer, pois mencionou que seria entregue aos sacerdotes e escribas, sofreria um julgamento injusto, seria condenado à morte, entregue ao gentios, escarnecido, cuspido e açoitado, e que por fim seria morto.
Viver sob essa perspectiva, de tudo o quanto iria lhe acontecer, deveria ser um fardo muito difícil de carregar.
Talvez alguém possa desdenhar imaginando que para ele seria fácil, afinal, era também o Filho de Deus.
Entretanto, considere o tal a agonia que o Senhor passou, pois iria levar sobre si o pecado de todos nós.
Não sabemos explicar nem podemos compreender o horror pelo qual o Senhor passou, todo santo e puro, ao levar tal fardo, e é a caminho disso que ele estava.
E esse exemplo do Senhor que deve nos inspirar a continuarmos firmemente naquilo que nos foi proposto pelo evangelho. Não podemos e nem devemos recuar, a exemplo do Mestre.
E a morte jamais terá a última palavra sobre aqueles que seguem o seu Mestre, pois depois do terceiro dia, ele ressuscitou.
Comentários
Postar um comentário