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Mostrando postagens de maio, 2020

Guiados pelo Espírito Santo

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“Encontrando os discípulos, permanecemos lá durante sete dias e eles, movidos pelo Espírito recomendavam a Paulo que não fosse a Jerusalém” (Atos 21.1-4). Era o final da terceira viagem missionária de Paulo. Em Tiro ele foi alertado pelos discípulos para que não fosse para Jerusalém. Ocorre que durante o caminho até ali, Paulo já tomara conhecimento disso, por intermédio do Espírito (Atos 20.23). Em Cesaréia, eles receberam a visita do profeta ‘Agabo’, que, pelo Espírito, reafirmou que Paulo seria preso em Jerusalém (Atos 21.10-12). Que lições podemos aprender dessa narrativa? Em primeiro lugar, que a revelação dada pelo Espírito Santo é igual a todos os filhos de Deus . O Espírito relevou a Paulo, aos discípulos e a Ágabo que o apóstolo seria preso em Jerusalém. Ou seja, Deus não é Deus de confusão, e revela sempre o mesmo para os seus filhos. Em segundo lugar, podemos perceber que a reação de cada qual diante daquilo que foi revelado pelo Espírito pode ser diferente . Os disc

A natureza da missão da igreja, no pensamento de John Stott

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John Stott, participando de algumas conferências mundiais, relata em sua obra “Missão Cristã no mundo moderno” que havia dois grupos que discordavam entre si. O primeiro, a quem denominou de “evangélicos”, entendia que missão seria somente pregar o evangelho e conseguir o maior número possível de convertidos. Não havia interesse em transformar o mundo, pois este era irremediavelmente mau. Alguma transformação, no máximo pelo exercício de alguma influência cristã na sociedade por parte dos convertidos. Já, o segundo grupo, a quem denominou de “ecumênicos”, entendia que missão era justiça social, trazer a paz de Deus sobre a terra. A ideia seria apoiar aquilo que Deus estivesse fazendo no mundo por intermédio de algum grupo de pessoas que nem precisava ser da igreja (e geralmente não é). Então, por exemplo, se alguém estivesse combatendo o racismo, era dever da igreja apoiar tal grupo. Entretanto, tal grupo não tinha mais nenhum interesse no evangelismo. Contra o primeiro grupo, Stott te

Quando o não agir de Deus é mais amoroso do que o agir

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Uma das coisas mais tristes que se realiza no ofício pastoral é visitar alguém no hospital que esteja com uma enfermidade terminal. Como gostaríamos de ter um poder infalível de curar alguém nestes momentos. Clamamos sim. Alguns se levantam, melhoram, tocam sua vida. Outros, não. Há momentos em que visitamos alguém jovem. Ele nos olha nos olhos procurando um motivo. Não temos nenhum a oferecer. Expressam que querem continuar a viver. Apoiamos seu desejo, lhes oferecendo palavras de ânimo e de confiança. Por isso é tão triste quando ao final de uma luta assim, a pessoa não resiste. Sim, há pessoas que acreditam em uma cura sobrenatural até o último instante. E esta não acontece. E a pessoa parte. Quero acreditar em algo que me faça entender e aceitar esse momento. Sou uma pessoa da fé. Quero crer que se tal pessoa partiu, foi para uma realidade bem melhor que essa. Se o Pai não a curou, é porque a ama. Quero entender que curar é algo bom. Mas levar a pess

Tiago, Pedro, a teologia do processo e a soberania divina

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O primeiro apóstolo a ser martirizado foi Tiago, irmão de João (Atos 12.1). Foi passado ao fio da espada, por determinação de Herodes. Segundo o autor de Atos, em uma clara intenção de agradar os judeus, o governante mandou também prender a Pedro. Entretanto, o príncipe dos apóstolos teve um destino diferente. Ele foi liberto miraculosamente por um anjo (Atos 12.9). Ele estava preso, sob vigilância de alguns soldados. Depois, pela manhã, estes são executados, tendo em vista que Pedro fugiu. Alguém poderia perguntar: mas por que Deus libertou Pedro e não a Tiago? E o que dizer dos soldados que foram mortos, mesmo não tendo culpa alguma da fuga de Pedro? Não é injusto que eles morressem dessa forma? São perguntas pertinentes. Há algum tempo, estão surgindo teologias no sentido de que o Senhor não pode agir nesse mundo de forma sobrenatural, pois isso seria favorecer alguém e não a outro, demonstrando uma espécie de acepção de pessoas. Talvez a mais pertinente teologia que declare algo as

Da baixa adesão de algumas igrejas evangélicas às medidas de isolamento

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Sou pastor em uma igreja na zona leste de São Paulo há aproximadamente seis anos. Sou do tipo sinestésico, que gosta de abraçar e beijar todos os membros, adultos crianças, no início e no final do culto. No início de março, comecei a acompanhar, junto com a equipe pastoral, e com grande preocupação, os acontecimentos decorrentes do Novo Coronavírus.  No sábado, dia 07 de março, houve um evento na igreja, que já estava marcado faz muito tempo. Na verdade, era um ato de uma família da igreja que iria usar o espaço do templo. Orientamos as pessoas a manterem um mínimo de distanciamento e evitar cumprimentos muito próximos (algo muito difícil em nossa cultura).  Era só o começo. Já no dia oito de março, domingo, tínhamos mais notícias de contaminação. Havia poucas mortes divulgadas ainda.  Fizemos nosso culto normalmente. Mas foi esquisito não abraçar ninguém. Novas notícias surgiram no decorrer da semana. Foi decretado o isolamento em São Paulo.