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Por que a igreja não deve usar a estrela de Davi e outros símbolos judaicos?

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Tem sido comum ver igrejas usarem em seus cultos a bandeira de Israel, com a estrela de Davi. Imagem retirada do Youtube É algo muito estranho, visto ser Israel uma nação judaica, que rejeitou Jesus como Messias. Se fosse a bandeira da Suiça ou da Suécia (com a cruz), daria até para entender, mas a de Israel, não faz sentido. Há quem tenha usado até réplicas da arca da aliança, quipá, talit, e até observam ritos do calendário judaico. Muito triste tudo isso. Quando Paulo escreveu aos filipenses, deixou claro que todas as suas credenciais judaicas (ciruncisão, linhagem de Israel, ser da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus, fariseu) eram perda, refugo, para que ele pudesse ganhar a Cristo. A epístola aos hebreus é todo um tratado da superioridade de Cristo sobre Moisés, do Evangelho sobre a Lei, do sacerdócio de Jesus sobre Arão, e que tudo aquilo estava prestes a desaparecer. Voltar a usar símbolos judaicos pode fazer com que, ao se reerguer o símbolo, se esvazia o significado do que f

A velha discussão Fé X Obras entre um católico e um protestante

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Um católico e um protestante dialogavam a questão da justificação: PROTESTANTE: O homem é salvo somente pela fé em Cristo Jesus. CATÓLICO; Nada disso, como disse São Tiago, o homem não é justificado somente pela fé, mas pela fé e pelas obras. A fé sem obras é morta. PROTESTANTE: Se um homem tiver uma fé viva, ele irá praticar boas obras. Se sua fé for morta, esta não pode salvá-lo. A Ausência das boas obras indicam que a fé esta morta.  CATÓLICO: As obras são meritórias para a salvação! PROTESTANTE: Eu entendo que as boas obras são um indicativo de que a fé de alguém é verdadeira, real e saudável; porém, não tornam uma pessoa digna da salvação. Paulo disse: não por obras, para que ninguém se glorie! CATÓLICO: Quando Paulo dizia que o homem não era justificado pelas obras, estava se referindo às obras da lei de Moisés. Ele não estava se referindo às boas obras de modo geral. PROTESTANTE; Mas que boas obras existem que não foram mencionadas pela lei de Moisés? Na lei diz que devemos cuid

Equívocos que já foram ensinados por algumas igrejas

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Algumas igrejas evangélicas por aí já ensinaram muitos equívocos. Há igrejas que, não faz muito tempo, sustentaram que assistir ou ter televisão era pecado (e por consequência lógica, também não se poderia ir ao cinema). Outras já disseram que mulheres não poderiam cortar o cabelo, fazer depilação ou usar maquiagem. Também ensinaram que as irmãs não poderiam usar calças (muito menos bermudas), devendo usar saias compridas, e que os irmãos  não poderiam usar bermuda nem jogar futebol.  Não poucas igrejas até o presente ensinam que beber qualquer quantidade de bebida alcoólica é pecado. Há uma grande denominação, de caráter mundial, que diz que não  se deve tomar café, nem comer carne vermelha, e que se deve guardar o sábado. Já vi uma denominação que proibia usar óculos (por causa da concupiscência dos olhos) e irmãs não poderiam andar de moto ou cavalo. Outra ensinava que os homens tinham que fazer a barba para ir ao culto. A ideia é que, se José se barbeou para ver Faraó, quanto mais

Como escolher um texto para pregação

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 Um dos desafios de um pastor que prega semanalmente é de que modo escolher um texto bíblico para pregação. Entre as muitas formas, menciono as seguintes: 1 - Seguir as leituras do calendário litúrgico : é algo estranho ao meio evangélico, porém, a Igreja Católica, Ortodoxa, Anglicana, Luterana, e algumas outras Protestantes, seguem um calendário litúrgico, com as leituras bíblicas prescritas para todos os dias do ano. Assim sendo, o encarregado da pregação só precisará saber qual será a leitura do dia, e a partir daí, preparar a sua homilia. 2 - Escolher um documento específico das Escrituras : esse é o método reformado por excelência. A ideia é escolher um evangelho, um livro, ou uma epístola e pregá-lo do começo ao fim, estudando profundamente.  3 - Escolher um tema específico, com base em algum tipo de "inspiração" (leitura devocional, leitura de um livro, um momento qualquer da história da comunidade, entre outras coisas). O catálogo de temas que podem ser retirados das

A insensatez humana e as guerras

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Não é preciso muito para fazer um ser humano satisfeito. Uma boa família, amigos, o necessário para viver e se desenvolver são coisas suficientes e que geralmente tornam (ou deveriam tornar) o ser humano alguém relativamente bem. Ter sua própria moradia com dignidade, sua família em paz, é tudo o que justifica a existência de polícia, governo, política, estado, poder judiciário, exércitos, etc. Fora a garantia da paz e da boa convivência, nada disso faz sentido algum. Porém, os homens fazem guerras, aparentemente motivados por suas ambições. Em pleno século XXI, alguém realiza um ato terrorista que mata dezenas, ou mesmo centenas de pessoas. Um estado bombardeia alguma localidade, ferindo e matando centenas, milhares de inocentes, entre os quais, muitas crianças.  Outros fazem exercícios militares próximo às fronteiras de estados antagonistas. Por alegados motivos religiosos, há quem persiga um grupo de pessoas. Nenhuma solução que envolva guerra hoje em dia pode ser melhor do que outr

Deus faz muito mais do que aquilo que pedimos ou pensamos

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Irmã e irmão Quando eu tinha aproximadamente dois anos, meus pais se separaram. Ainda assim, meu pai me visitava de vez em quando, até que eu fizesse uns quinze ou dezesseis. Ele me dizia que, quando me tornasse adulto, deveria começar a procurá-lo, coisa que fiz muito pouco. Em certa ocasião, eu o encontrei na rua, com uma menina linda no colo, com uns dois anos. Era a filha dele.  Nunca mais me esqueci daquele rostinho. Depois, não o vi mais, por uns  uns trinta anos ou mais. Certa vez, há uns três anos, orei ao Senhor, pedindo que eu recebesse notícias do meu pai. E queria, muito mesmo, saber daquela menininha. Uns quatro meses depois,  uma moça entrou em contato  comigo pelas redes sociais. Era ela, filha dele, e morava em outro Estado! A notícia é que nosso pai havia morrido, bem como sua mãe.  Ela encontrou alguns papeis que indicavam a minha existência no meio da papelada do nosso pai. E não era só isso! Além dela, existiam mais dois irmãos anteriores a nós dois, fruto de um cas

Marinho Lutero - Renegado e Profeta

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Terminei, a pouco, de ler a excelente obra "Marinho Lutero - Renegado e Profeta", de Lyndal Roper. Achei a obra excelente, daquelas que a gente não quer mais para de ler. É como se fôssemos transportados para dentro da história, como se pudéssemos visualizar tudo o que está acontecendo.  A autora fez uma belíssima pesquisa de fontes para escrever este livro. A obra traz detalhes de pessoas importantes para a Reforma, como Erasmo, Melâncton, Karlstadt, Müntzer, Zwínglio, entre outros. Narra momentos cruciais da vida de Lutero, como quando precisou defender suas ideias na Dieta de Worms. Descreve com pormenores o fracasso de uma aliança evangélica contra o catolicismo, notadamente pela discordância entre Lutero e Zwínglio acerca da verdadeira natureza da eucarístia. Busca demonstrar a complexidade do caráter de Lutero, muito corajoso quando necessário, porém, sempre furioso com seus opositores, sem parcimônia em demonizar quem dele discordasse, e também sempre pronto a ajudar q

Redenção não é a punição de Jesus

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Parece ser muito comum a ideia propagada por muitos de que " Jesus foi punido em nosso lugar ". Penso que é uma ideia das mais propagadas pelos teólogos protestantes que conheço acerca da morte de Jesus, popularizada pelo termo "Substituição Penal". Entretanto, é preciso ter um pouco de cuidado com essa ideia, senão ela pode se tornar um tanto quanto estranha ao espírito das Escrituras. Através de um exemplo tirado do meio jurídico, vou tentar esclarecer o meu ponto. Digamos que a lei determine que, quem matar alguém, pode ser condenado a cumprir trinta anos de prisão. Digamos que uma determinada pessoa, o José, cometa um crime e seja condenado a cumprir tal pena. Entretanto, vem o Alfredo e diz para o Juiz: pode deixar que eu cumpro a pena no lugar do José. Aí, o Juiz, que é obrigado a aplicar a lei, se dá por satisfeito, condena Alfredo a cumprir os trinta anos de prisão no lugar do homicida. Ou seja, desde que alguém, ainda que inocente, cumpra a pena, o Juiz se

O justo Ló e a graça de Deus

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Ló é chamado de justo nas Escrituras Sagradas ( 2 Pe 2.6-9 ), o que não deixa de ser curioso, diante do relato que o livro de Gênesis nos traz acerca de tal personagem. O sobrinho de Abraão, por exemplo, colocou-se em precedência em relação ao seu tio ( Gn 13.8-10 ). Quando se separaram, ele acabou escolhendo a melhor terra. Não é assim que deve se comportar um servo do Senhor, pois devemos considerar os outros superiores a nós mesmos (Fl 2.3). Ló poderia ter honrado Abraão. Ló tinha um jeito muito estranho de resolver problemas complicados . Quando recebeu a visita de dois anjos, estes foram ameaçados pela população local, de serem abusados. O sobrinho de Abraão ofereceu suas filhas virgens para serem violentadas (Gn 19.6-7). Por maior que fosse o dever oriental de hospitalidade, tal atitude não merece elogios de modo algum! Curiosamente, sua família não levava a sério as coisas que dizia . Ló procurou alertá-los da destruição do local. Eles, porém, achavam que Ló estivesse brincando

Resenha da obra "Ortodoxia Humilde", de Joshua Harris e Eric Stanford

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Joshua Harris foi pastor na Covenant Life Churcch, bem como membro do Gospel Coalition. Casado, com três filhos, e após anos de ministério anunciou que estava abandonando a sua fé cristã. Escreveu  este livro juntamente com Eric Stanford, quando ainda ativo no ministério. Em princípio, "Ortodoxia humilde" era o último capítulo de uma obra maior, porém, por incentivo de amigos, bem como por sugestão anterior de John Pipper, foi transformado em uma obra à parte. Stanford ajudou a mesclar sermões do autor, bem como preparou os guias de estudo que compõem o livro. O autor inicia seu livro compartilhando a experiência de um amigo que escrevia livros de ficção com a temática cristã, obra essa sem muita ortodoxia, o que acabou angariando críticas severas de muitos irmãos. Isso fez o autor meditar na necessidade de sermos mais amorosos ao defendermos doutrinas.  Uma singela definição de ortodoxia é dada no livro, como sendo "o pensamento correto sobre Deus", mencionando-se

Considerações acerca das bem-aventuranças

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Bem-aventurado é do grego "macarios", que significa feliz. Há muitas interpretações sobre tais ditos de Jesus. Alguns dizem que "bem-aventurado" tem a ver com uma espiritualidade superior. Daqueles que vão para o deserto, que se dedicam exclusivamente a Deus, à oração. Mas tinha algum monge presente na hora que Jesus disse essas palavras? Acho que não. E penso que Jesus não teria um programa tão maravilhoso para uma classe tão restrita de pessoas. Isso não significa que monges também não possam ser bem-aventurados. Há quem diga que as características envolvidas nas bem-aventuranças já se encontravam presentes em determinadas pessoas que vivam sob determinadas condições. Então aquele povo que era pobre (seja de espírito, seja materialmente), que chorava, que tinha fome e sede de justiça... esse sim era um povo bem-aventurado. Uma espécie de guerra de classes. Pobres contra ricos. Dominados contra senhores. Existe muita beleza nessa interpretação. Afinal, não haverá u

Qual deveria ser o papel da igreja diante da pandemia?

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A gripe espanhola matou pelo menos 50 milhões de pessoas . Isso não irá acontecer com a presente pandemia. Nem chegaremos a metade disso, muito provavelmente. E sejamos honestos. Não é porque aumentou o número de igrejas, mesquitas, sinagogas, ou religiosos no mundo. Não. É porque a ciência avançou de lá para cá. Sabemos que, se tivemos em curto prazo uma vacina, não será por conta das religiões, institucionalmente falando. Até é possível que defensores de uma religião "A" ou "B" possam fazer uma defesa, no sentido de que seus princípios possibilitaram o surgimento da investigação científica. Talvez seja verdade. Mas isso é uma questão filosófica cujo escopo não é possível tratar aqui. De qualquer forma, são laboratórios, cientistas, especialistas que chegam à criação de remédios, vacinas, que podem evitar a morte de milhões de pessoas. E tudo isso financiado com muito dinheiro. E qual o papel social da Igreja diante de um quadro assim? Ou qual o papel das religiões

A difícil questão do aborto

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A questão ética referente ao aborto é pacificada no meio cristão (pelo menos mais conservador), por se considerar que a vida já começa com a concepção. As Escrituras ensinam que pode haver uma ação do Senhor na vida fetos. No próprio relato evangélico João Batista era cheio do Espírito Santo desde o ventre de sua genitora, e, de algum modo, reconheceu Jesus ainda no ventre de Maria, quando esta visita Isabel, sua prima. Então, é impossível para o cristão, por razões teológicas, ser favorável ao aborto. Isso, me parece um assunto indiscutível. Devido aos clamores sociais que levam em consideração as condições precárias com que algumas mulheres resolvem abortar, colocando em risco suas próprias vidas, fizeram com que movimentos pela liberação do aborto surgissem. Sinceramente, pensando bem a respeito do assunto, sou da opinião de que Jesus não aprovaria nem recomendaria o aborto, salvo se for para preservar a vida da própria mãe. No caso de uma violência sexual, sou da opinião que se dev

O retorno gradual às atividades da igreja e a pandemia

 A igreja da qual tenho o privilégio de ser um dos pastores retornou suas atividades há quase três meses. Temos procurado manter todas as regras possíveis de segurança. Procuramos controlar a quantidade de membros, manter distância entre as cadeiras, e colocar álcool espalhado por todos os lugares.  Os que pregam e cantam, continuam usando máscaras, mesmo que isso gere um certo desconforto. E além do culto presencial, também fazemos depois, no mesmo dia, um encontro on line, para possibilitar a participação daqueles que não estiveram presencialmente. Esse tem sido um momento muito "sui generis". Ninguém estava preparado para algo assim. Algumas igrejas praticamente não fecharam durante a pandemia, mesmo havendo infecção de membros. Outras, não retornaram até os dias atuais. Em tudo, me parece necessário tentar buscar um certo equilíbrio. Mantida as normas de segurança, é possível cultuar presencialmente. Entretanto, não devemos nos comportar de forma triunfalista,  como se na

A vontade de Deus e a pandemia

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Decorridos alguns meses desta pandemia, muitos de nós conhecíamos alguém que veio a óbito por conta deste vírus. A maioria das vítimas, provavelmente, pessoas de mais idade, e com alguma enfermidade anterior. Entretanto, tendo em vista a grande quantidade de vítimas, também pudemos verificar que algumas pessoas jovens padeceram. A tristeza é grande, independente da idade. Entretanto, é bastante chocante quando percebemos que alguém poderia ter vivido mais dez, vinte ou mais anos ao lado dos seus, e de repente, partiu. Eu acho particularmente espantoso ver que há alguns dias tais pessoas estavam com suas famílias, em suas igrejas, postando em suas redes sociais, e agora não estão mais entre nós. Mas o que causa certa chateação, a mim ao menos, é verificar algumas das observações que são feitas neste momento, muitas vezes com a maior das boas intenções: “Deus o recolheu”, “Deus o tomou para si”, “Foi vontade de Deus”, e por aí vai. Particularmente, às vezes penso que certas esp