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Mostrando postagens de outubro, 2009

Tem um coração e serás salvo - sobre a oração hesicasta

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" T er um coração não é somente centrar-se numa parte do corpo, é uma certa maneira de ser, de ver, de respirar com o coração. O próprio do coração é tratar todas as coisas fraternalmente por tu, viver não num mundo de objetos, mas num mundo de presenças. A oração hesicasta tem como meta este despertar do coração, esta sensibilidade à presença de Deus em todas as coisas, e esta presença faz de todas as coisas não fenômenos no sentido comum deste termo, mas verdadeiras 'epifanias', manifestações do Deus inacessível. A oração de Gregório de Nazianzo exprime bem este estado do coração despertado quando diz: 'Ó Tu, o Além de Tudo'. "Tu" - sensação de intimidade, de presença, e 'Além de Tudo', sentido de alteridade, da Otridade radical daquele ao qual ele se dirige. O coração reconhece o Desconhecido no próximo, e a proximidade do Além, sentido da Imanência e da Transcendência. "Ter um coração é estar centrado, sair da dispersão do mental

Calvinismo e Arminianismo - perspectivas pessoais - (1)

Estou tendo a grata oportunidade de ministrar a disciplina de Teologia Própria, ou “Uma introdução ao estudo do conhecimento de Deus” em uma nascente instituição teológica da qual muito me orgulho de participar, visto ser um espaço diretamente ligado à igreja (ou a várias igrejas). Trata-se do curso de “Líderes-Servos”, ministrado na Igreja Evangélica Manaim; um curso destinado a pessoas que querem ter um breve preparo teológico para trabalhar em suas próprias comunidades de fé. E como em todo curso ministrado sobre Deus, sua natureza e suas obras, não poderia deixar de faltar o assunto relativo à soberania de Deus e o livre-arbítrio humano; ou seja, a velha discussão “calvinismo X arminianismo” (algum aluno ou aluna sempre acaba tocando neste delicado assunto). Para quem não sabe, muito resumidamente, o calvinismo é aquela doutrina, também dita reformada, que diz respeito à idéia de que o salvo é alguém predestinado por Deus desde os tempos eternos, e que será indubitavelmente salvo.

Até que ponto é preciso crer em dogmas?

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ATÉ QUE PONTO É PRECISO CRER EM DOGMAS? O que precisamos crer, no que realmente precisamos acreditar para sermos bons cristãos/? Antes de iniciar esta reflexão, penso que é importante fazer a seguinte ponderação [1] . Tenho grande respeito pelos dogmas cristãos. Pelo credo apostólicos, pelo niceno-constantinapolitano, pelas Escrituras, pelos símbolos de fé, pelos sacramentos, bela beleza da iconografia dos ortodoxos, pela patrística, pela hinologia reformada, pel pentecostalismo, onde fui formado e criado; enfim, tudo o quanto configure esta fascinante história do cristianismo sobre a face da terra. Tenho grande consideração pelas comunidades evangélicas, uma das quais alegremente pertenço, e que se reúnem ao redor do mundo com tremenda alegria e ardor comunitário, que comunicam sua mensagem ao através, muitas vezes, de comunidades alegres, cantantes, dançantes, etc. Aprecio também a liturgia das chamadas Igrejas Católicas, seja da ala mais modernista, seja da ala mais tradicionalista,