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Mostrando postagens de 2016

O dia da mulher evangélica

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O governador Geraldo Alckmin sancionou o dia da Mulher Cristã Evangélica no Estado (sim, no estado todo) de São Paulo. A autoria do projeto de lei foi do deputado Adilson Rossi (PSB). Não vai virar feriado. É uma homenagem em reconhecimento da importância das mulheres evangélicas para a família, igreja e sociedade. É claro que reconheço tal importância, entretanto, penso em alguns motivos para que não existisse esse tipo de lei: 1 – Se criarmos o dia da mulher evangélica, o que impede de criarmos o dia da mulher católica, budista, espírita, muçulmana, ateia, agnóstica, entre outras? Porque diferenciar um tipo das demais? TODA e QUALQUER mulher, que for boa cidadã, tem incalculável importância para a sociedade, enfim. 2 – Mais uma vez a mistura da religião com a laicidade do estado, que a meu ver, deve ser evitada. Existem inúmeras religiões hoje. Iremos criar uma lei para cada qual? 3 – Acredito que isso possa ofender um pouco o sentimento das minorias. Se eu fosse um

O conflito católico/protestante pode ser considerado sempre ruim para o cristianismo?

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Não temos dúvida de que guerras por motivos religiosos sempre trazem um grande flagelo, como a conhecida guerra dos trinta anos (que não era, diga-se de passagem, somente religiosa). Após a Reforma Protestante, e os conflitos que daí se seguiram, a maior parte dos países se dividiu também religiosamente, entre católicos e protestantes. Séculos depois de tais acontecimentos, seguiu-se um grande esfriamento da religião. Por exemplo, ninguém pode negar que a religião católica na Espanha, Portugal, França e Itália está em franco processo de decadência . Também na Inglaterra, Holanda, países nórdicos, predominantemente protestantes em sua história, as igrejas estão fechando as portas . Qual seria o motivo de tanto esfriamento da religião na Europa? Claro que, em um primeiro momento, os livros irão nos ensinar que, após o renascimento, reforma e iluminismo, o velho continente entrou em um processo de laicização impossível de retroceder. Entretanto, gostaria de acrescen

Lidando com o argumento "ad hominem"

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Digamos que um ateu e um crente estejam empreendendo a seguinte discussão: Ateu : particularmente, entendo que não há bases sólidas para se crer em Deus. Não é possível provar empiricamente a sua existência. O ônus da prova cabe a quem alega. Crente : você não passa de um incrédulo, irracional, bobalhão! Ou então, o contrário: Crente : particularmente, entendo que há mais bases para crer do que para ser incrédulo. Primeiramente, precisamos verificar que nada surgiu do nada nesse mundo. Tudo é derivado de uma causa primeira. Ateu : você não passa de um cego, que tenta impor sua cegueira para todo o mundo! Fanático! Ou então uma conversa de cunho mais político entre o João e o Marquinho: João : sou favorável a um estado mais interventor, a fim de que possa socorrer aqueles que são materialmente desprovidos. Marquinho : seu petralha, comunista! E assim sucessivamente... O que podemos notar em comum em todos esses diálogos? É que o segundo dialoga

A fidelidade de Deus na vida do patriarca Abraão

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Leitura: Gênesis 12.1-20 O texto nos narra o chamado de Abrão, sua peregrinação e desvio para o Egito, quando mente, entregando sua mulher para Faraó, a fim de preservar a sua própria vida. Quais lições podemos aprender com esse texto? 1 – O chamado de Abrão foi um chamado para a renúncia : lhe foi dito que deixasse sua terra, sua parentela e a casa de seus pais, e que fosse para uma terra que lhe seria anunciada. Assim também, na vida cristã, somos chamados a renunciar a tudo o quanto temos para seguir o Mestre (Lc 14.33). Muitas vezes o chamado envolve realmente em deixar fisicamente muitas coisas para trás. Mas na maioria das vezes, realmente é uma questão de mudança de prioridades. Nossa prioridade agora é a vontade de Deus para nossas vidas. 2 – O servo chamado de Deus deve construir altares em sua caminhada . Abrão construía altares por onde quer que passava (vers. 7,8). Assim também, em nossa caminhada, procuramos estabelecer momentos de comunhão e intimidade

O vício em álcool e a liberação das drogas

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Há muitas pessoas que defendem, com algum grau de sensatez, a liberação das drogas. E há motivos para isso, sendo talvez o maior deles o fato de que, em havendo a liberação, a violência decorrente do tráfico irá acabar (por exemplo, as máfias norte-americanas surgiram quando por lá proibiram o comércio de bebidas alcoó licas). Entretanto, me ocorreu um pensamento, acerca de uma eventual liberação.  Algo não fundamentado cientificamente (que eu saiba). Em nossa atividade eclesial, não é incomum nos depararmos com pessoas que têm determinados vícios na vida, notadamente o álcool. Hoje em dia, ouso dizer, todas as famílias possuem alguém próximo com tal vício. E o álcool é uma droga liberada, sabemos todos, com efeitos devastadores quando não o vicio não é moderado. Ocorre que, geralmente, pessoas viciadas em álcool dificilmente aceitam que precisam de ajuda. Demora muito para “cair a ficha”. Presenciei pessoas perderem a vida por conta deste vício, mas sem jamais adm

Realmente vale a pena aumentar impostos no Brasil?

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Uma notícia de um ano atrás, mas que vale a pena refletirmos. Estamos entre os trinta países que mais arrecada impostos no mundo, e, entre os tais, somos o que menos retorno em serviços públicos de qualidade dá a população. Aumentar impostos em um país como o nosso, é no mínimo temerário. Não seria o caso, talvez, de diminui-los, e permitir que tais serviços dos quais a população precise fique nas mãos da iniciativa privada? Ou pelo menos moralizar o que já é arrecadado? Fato é que vivemos em um país um tanto quanto burocratizado, caro, em que boa parte das pessoas coloca mais fé em um emprego estatal que na iniciativa privada. Batemos recordes atrás de recordes de arrecadação, e, mesmo assim, serviços como saúde, educação e segurança deixam muito a desejar. Infelizmente, talvez ainda tenhamos agentes públicos que procuram fazer da coisa pública, privada, de modo que o “investimento” não retorna para a população. Será que realmente podemos acreditar em políticos

Secularismo, islamismo e cristianismo europeu

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Já tive a oportunidade de visitar alguns retiros para estudos promovidos por teólogos liberais. Nestes encontros, Bultmann, Tillich, Spong, Freud, Marx, J. A. T. Robinson, Bonhoeffer,  entre outros (que talvez nem possam ser propriamente chamados de liberais), eram celebrados.  Entre os intervalos das aulas, alunos e professores se reuniam para fumar um cigarrinho e tomar uma cervejinha. Claro que nestes encontros, ninguém ensinava que os milagres relatados nas Escrituras eram verdadeiros. Eram somente mitos. E nem milagres nunca existiram. Nascimento virginal, ressurreição física? Nem pensar. A conversão do indivíduo é analisada em seu aspecto psicológico, sociológico. Nunca como um ato de novo nascimento. Um deles sequer acreditava em conversão. Até mesmo a oração parece ser somente um exercício de falar consigo próprio, seu eu interior, ou com o mistério, enfim. De ressaltar que promotores de tais eventos eram inteligentes, educados, atenciosos, entre outras qualidades.

Escola sem partido - Uma opinião

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Até o antigo "segundo grau" estudei em escolas públicas. Isso, há vinte anos. Mal me recordo do que foi ensinado, e nenhum professor de história ou geografia marcou minha vida. Em 1996 comecei a fazer cursinho. E de fato, sem brincadeira, praticamente todos os professores de história e geografia eram de esquerda. Eram aulas maravilhosas! Não tinha como não ser arrebatado por elas! Outro dado. Desde 1994 sou cristão evangélico! Minha primeira igreja foi a Betesda, do Ricardo Gondim. Na época, ele era filiado ao PT. Lá conheci jovens intelectuais sensacionais, a grande maioria de esquerda. E meu pastor de coração, Ricardo Bitun, sempre de esquerda. E tive contato com as obras do Ariovaldo Ramos, Robinson Cavalcanti, Paul Freston, Caio Fábio, e tantos outros, a maioria de esquerda (muitos deles, professores também). E todos, com pregações, aulas sensacionais (que, na grande maioria, não tinham a ver com política). Mesmo no curso de direito em que me

O reino de Cristo não é deste mundo

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Não é de hoje que vemos na história a religião se envolver em assuntos do poder (e vice versa). Desde a antiguidade, religião e política são questões que andam misturadas. O cristianismo nasceu à margem do poder. A pequena seita foi perseguida pelos poderosos dentro do judaísmo, e depois também pelo império romano. Jesus pode ser considerado um preso político/religioso. Assim também, quando teve oportunidade, o grande cristianismo católico acabou por se tornar uma religião primeiramente aceita, e depois, oficial. Não tardou e logo os perseguidos passaram a ser perseguidores. A Reforma Protestante não trouxe grande mudança em relação a isso. Religião e Estado continuavam sendo coisas misturadas, com a honrosa exceção aos grupos anabatistas pacifistas, que separaram, por si próprios, a igreja do estado, e pagaram com a vida por conta disso. As guerras de religião nos levaram ao iluminismo, e finalmente a algum consenso de que para que todos vivam em certa paz em uma socieda

Crianças: sejam bem vindas à igreja!

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Participo de uma pequena igreja em Guaianazes, pela misericórdia de Deus. Durante esse mês de julho, alguns irmãos e irmãs tiveram a ideia de realizarem uma escola bíblica de férias, aos sábados à tarde. Não é possível fazer durante a semana, tendo em vista que todos nós trabalhamos fora. Tem sido uma experiência muito boa. O mais interessante é que boa parte das crianças que participam não são da igreja. São crianças do bairro, de comunidades, dos arredores. O mais bacana é que algumas dessas crianças voltaram em um culto no domingo. E aí, é claro, elas não se comportam, de modo geral, como as demais. Elas correm, andam, conversam durante o culto e coisas assim. Falam até palavrões. O interessante é que, segundo o relato das professoras durante o culto infantil, todas as crianças se comportaram maravilhosamente bem. Isso é realmente graça do Senhor. Após o culto, tivemos algumas briguinhas, discussões, um menino saiu chutando a cadeira, e por aí foi. Bom.

Lidando com o dinheiro em tempos de crise

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Graça e paz! A atividade pastoral exige que sejam dadas orientações de diversos tipos na vida das pessoas. Vão desde coisas consideradas “espirituais” [1] , como orar, ter um programa de leitura bíblica, evangelismo, ou mesmo questões mais práticas, como o relacionamento conjugal, postura no trabalho, entre outras coisas. Uma destas questões práticas é sobre o uso do dinheiro. Estamos vivendo tempos difíceis. Muitas coisas que ocorrem ao nosso redor não são consequência da nossa atividade direta, como o preço da gasolina, o valor da condução, o preço do pão, do leite, do café, entre outras coisas. Também não escolhemos o lar em que nasceríamos, o bairro, a cidade, a cultura, a família (ou ausência desta). Faz muita diferença entre ter nascido na Finlândia ou na periferia de São Paulo. A maioria de nós não tem culpa direta [2] pelo fato de estarmos em meio à uma crise financeira no país. Os juros estarem altos, e coisas do tipo. Entretanto, mesmo em meio à crise, m