O dia da mulher evangélica
O governador Geraldo
Alckmin sancionou o dia
da Mulher Cristã Evangélica no Estado (sim, no estado todo) de São Paulo. A
autoria do projeto de lei foi do deputado Adilson Rossi (PSB).
Não vai virar feriado.
É uma homenagem em reconhecimento da importância das mulheres evangélicas para
a família, igreja e sociedade. É claro que reconheço tal importância, entretanto,
penso em alguns motivos para que não existisse esse tipo de lei:
1 – Se criarmos o dia
da mulher evangélica, o que impede de criarmos o dia da mulher católica,
budista, espírita, muçulmana, ateia, agnóstica, entre outras? Porque diferenciar
um tipo das demais? TODA e QUALQUER mulher, que for boa cidadã, tem
incalculável importância para a sociedade, enfim.
2 – Mais uma vez a
mistura da religião com a laicidade do estado, que a meu ver, deve ser evitada.
Existem inúmeras religiões hoje. Iremos criar uma lei para cada qual?
3 – Acredito que isso
possa ofender um pouco o sentimento das minorias. Se eu fosse um evangélico em
um país muçulmano, não sei se iria me sentir muito confortável com o dia da
mulher muçulmana. E também acharia bobagem brigar para ter o direito a tal
coisa.
4 – O governador faz
lei para todos. Porque toda a sociedade tem que homenagear um determinado
seguimento social? Quem tem que reconhecer a importância da mulher evangélica,
todos os dias, é o seu marido, filhos, família, etc. A sociedade reconhece bons
ou maus cidadãos.
5 – Mais uma vez, a
política se imiscui na igreja, entre os evangélicos, podendo se tornar
manipulação. Claro, criar um dia desses e sancionar, certamente deve ter lá
seus interesses políticos.
6 – Aumenta o
descrédito dos políticos e da política, pois convenhamos isso não muda a vida
dos governados. As pessoas podem pensar coisas do tipo: “não tinha nada mais
importante para fazer não”? E aí a coisa fica meio banalizada, enfim.
7 –
Eu particularmente não acho um bom testemunho evangélico para a sociedade. A ideia
básica que os demais passam a ter é que os evangélicos assumem o poder, de modo
geral, para defender os seus próprios interesses.
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