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Mostrando postagens de 2017

Deus é injusto?

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No evangelho de João há um relato em que Jesus vai diante do chamado poço de Betesda. Nestas localidade havia muitos enfermos, incontáveis. Segundo o relato, Jesus curou apenas um, e os demais ficaram como estavam. Muitas outras passagens existem assim na sagrada escritura... O que dizer diante de tal fato? Deus é injusto por curar alguns, e outros não? Alguns dizem: Deus é soberano, faz o que quer e ponto. É a resposta mais simples. É a resposta do crente. Outros dizem: Deus não existe. Bobeira perder tempo com isso! Ou se existir, não é desse jeito que essas escrituras narram. É a resposta do ateu, do agnóstico. Há que diga: Deus não pode ser injusto, curar uns e outros não. Logo, estes relatos são míticos, e querem comunicar outra coisa, mas não a possibilidade de cura. Eles, apesar de crerem em Deus, querem "limpar sua barra" e justificar sua crença de forma inteligente. Logo, elaboram uma teoria no sentido de que Deus não interfere neste mund

Deus realmente matou o Filho como condição para nos perdoar?

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É uma alegação constante feita aos cristãos, no sentido de que, se Deus é bom, ele poderia simplesmente perdoar, e não ter que “matado” o Filho, por assim dizer. Tal acusação demonstra um desconhecimento acerca do que os cristãos, de modo geral, pensam acerca de seu Deus. Deus não matou o Filho. Deus “estava em Cristo” reconciliando consigo o mundo (2 Co 5.19). O Pai e o Filho são um (João 10.3). Os cristãos são monoteístas, creem em um único Deus, mas sustentam que esse mesmo Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. Três pessoas, um único Deus. "Ah, mas isso é muito complicado", alguém pode dizer! E é mesmo! Acho que foi C. S. Lewis quem disse que não acreditaria em uma religião que ele mesmo pudesse inventar. Então Deus não matou o Filho. Esse voluntariamente se deu em resgate por muitos (Mateus 20.28). Assim sendo, a cruz foi um ato de amor realizado pelo Pai e pelo Filho, pois o que uma pessoa da Santíssima Trindade realiza, o faz em conjunto com os demais. O P

Os humilhados serão exaltados

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Mas esvaziou-se a si mesmo         (Filipenses 2.7) A epístola aos filipenses é conhecida como a carta da alegria, pois se trata de um dos documentos mais pessoais do apóstolo Paulo para aquela igreja que ele fundou. Muito provavelmente é uma carta escrita de uma prisão em Roma, em que Paulo agradece todo apoio que recebeu daquela igreja. A carta é cheia de elogios àqueles irmãos, entretanto, no início de seu segundo capítulo, temos a impressão de que, mesmo naquela igreja havia desentendimentos na comunidade. Paulo pediu então algumas coisas difíceis de serem cumpridas, entre elas, que cada qual considerasse o outro superior a si mesmo e não olhasse somente para os seus próprios interesses, mas cada qual também para o que era do outro. E ele determina que entre os irmãos haja o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, do qual “esvaziou-se a si mesmo”. Muito se tem discutido do que exatamente Cristo se esvaziou. Uma coisa é certa. Ele se esvaziou da glória que p

Dos atos realizados pela Igreja

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Há muitas funções realizadas na igreja que se pretende cristã, e elas estão intimamente interligadas umas com as outras. Vejamos: ADORAÇÃO A adoração significa glorificar a Deus por conta de seus grandes feitos e atributos, o que pode ser feito por intermédio de nossas orações e louvores a Ele dirigidas. São atos voltados exclusivamente para o Senhor, mas que edifica também os crentes. O Senhor deve ser o centro de toda a adoração e dos atos dos fiéis ( Romanos 11.36; 16.27; 1 Coríntios 10.31; Efésios 3.20-12; Filipenses 4.20; 1 Tim 1.17; 3.16). Pensando de maneira ampla, fora das fronteiras eclesiásticas, pode ser vista como um estilo de vida. O louvor, como um ato de adoração, era uma prática comum no antigo testamento, como podemos ver no livro de Salmos. Podemos nos perguntar se há alguma forma “mais santa”, ou “mais correta”, relativa à adoração.  Devem ser utilizados elementos simbólicos?  E gestos corporais? Independente da resposta que se dê, tu do deve ser fei

Livrando-se de todo peso que nos embaraça

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Leitura: Hebreus 12.1 O autor aos hebreus nos exorta a corrermos a carreira que nos está proposta. Entretanto, duas coisas nos atrapalham: o peso e o pecado. Do pecado, sabemos que temos que nos livrar. Entretanto, há coisas que são pesos que carregamos, e que nos impedem de correr. Podem até não ser pecado, mas tendem a ele. Que pesos poderiam ser estes? Um deles  é o desejo exacerbado pelas coisas materiais . Jesus disse que “ninguém pode servir a dois senhores, pois há de amar a um e aborrecer a outro, ou se devotará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e as riquezas” (Mt 6.24). Também determinou que devemos nos guardar de toda a avareza, pois a vida não consiste na quantidade de bens que possuímos (Lc 12.15). Ou seja, em uma época materialista como a nossa, corremos o risco de focarmos demais na aquisição de bens, como casas, carros, roupas, investimentos, e coisas do tipo. Não que elas sejam erradas em si, mas se focarmos exclusivamente nisso, nossa c

“Não haverá penas cruéis” ( CF, Art. 5º, XLVII, “e”).

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O Supremo Tribunal Federal decidiu no RE 580.252 , tema 365 de Repercussão Geral , que “ o preso submetido a situação degradante e asuperlotação na prisão tem direito a indenização do Estado por danos morais ”. Não foram poucos os revoltados nas redes sociais dizendo que no Brasil, o trabalhador passa fome, tem necessidade, trabalha duro, enquanto o bandido tem direito a danos morais. Fora isso, os comentários de que bandidos têm que sofrer mesmo, passar fome, e até ser torturado, se for preciso. Entretanto, constitucionalmente, a coisa não é bem assim. Uma vez que o Estado tem o preso sob sua custódia, também tem o dever de zelar, no que lhe couber, ao bem estar do condenado. A nossa constituição é clara no sentido de que a nossa pena mais severa é a de privação ou restrição da liberdade. E só. Não esta associada a essa pena a permanência em uma situação degradante. Estar em uma cela com o triplo, ou o quádruplo da capacidade não faz parte da pena. Ter que fazer turno para

Meritocracia - ter ou não ter, eis a questão

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A discussão acerca da meritocracia ser algo bom ou ruim voltou a bombar nas redes sociais após a aprovação de uma jovem, negra, e humilde,   em primeiro lugar   em um concurso público neste país. Pedindo ajuda ao Wikipédia, há o seguinte conceito para tal termo: Meritocracia  (do  latim   meritum , "mérito" e do  sufixo   grego antigo   κρατία  ( -cracía ), "poder") [1] é um  sistema de gestão  que considera o  mérito  como a razão principal para se atingir posições de topo. Segundo a meritocracia, as  posições hierárquicas  devem ser conquistadas com base no merecimento, considerando  valores  como  educação ,  moral  e aptidão específica para determinada atividade. Constitui-se numa forma ou método de seleção e, num sentido mais amplo, pode ser considerada uma  ideologia   governativa . A meritocracia está associada, por exemplo, ao  estado   burocrático , sendo a forma pela qual os  funcionários estatais  são selecionados para seus postos de acordo com

A militarização da sociedade é a solução para o problema da violência?

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Eu tenho ouvido de muitas pessoas um desejo por uma maior militarização, aumento de autoridade, combate radical ao crime, e gritos de ordem no que se refere à punição de bandidos e coisas do tipo. E de fato, a autoridade é necessária. Quando se chega ao fundo do poço da degradação moral, somente o temor pela vida pode fazer talvez com que alguém abandone o crime. A falta de punição dá ousadia aos maus. Entretanto, é preciso entender que isso, por si só, não resolve de modo algum a questão social. Veja. Ser pobre e miserável não dá a ninguém o direito de ser um delinquente. E a grande maioria dos pobres não o é. Entretanto, um ambiente em que não há educação de qualidade, saúde, lazer, e amor, torna mais propício que uma parcela da população se torne mais vulnerável ao crime, principalmente quando as armas, as drogas, o sexo, a violência, estão ali, tão perto. Basta olhar para os países com melhor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do planeta e ver o seu índice de crimi

Deve existir um local sagrado para os evangélicos?

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Recentemente houve uma polêmica em um município de Santarém, referente a realização do carnaval em um local conhecido como “Praça da Bíblia”. Cuida-se de uma localidade em que aparentemente são realizados cultos evangélicos, e talvez outras atividades que o Conselho de Pastores local denominou de culturais. Se as publicações que relataram o assunto forem fidedignas, cuida-se de um local em que os evangélicos consideram sagrado, de modo que os pastores locais protestaram contra a realização da festa carnavalesca naquela localidade. Particularmente, não tenho o condão de desrespeitar eventuais sentimentos das pessoas envolvidas, mormente porque, ao que parece, se entendi direito, o povo evangélico ajudou a reformar a dita praça. Entretanto, não me parece lógico, do ponto de vista do nosso atual modelo jurídico e político, separar um local público e proibir atividades que não sejam de cunho de determinada religião. Existe um sistema jurídico em que entidades privadas, após a

Smartphones deveriam ser produzidos pelo Estado?

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É comum, no metrô, trens, ruas, pontos de ônibus, ver as pessoas carregando seus telefones celulares. São pessoas de todos os níveis sociais. Mesmo as mais humildes conseguem ter o seu aparelho (ainda que não seja tão barato assim). Agora, imagine se o estado começasse a produzir "smartphones", e considerasse a posse de tal aparelho como um direito de cada cidadão. Ou seja, o estado passaria a utilizar parte da sua receita para produzir o dito aparelho um para cada um de nós.  O aparelho teria que ser igual para todos, pois não poderia violar o princípio da isonomia (igualdade), a não ser que diferenciasse por idade, atividade, coisas do tipo. É muito provável que parte da população não viria a se contentar com tal aparelho fornecido pelo estado, e quisesse um de melhor qualidade, tendo que se socorrer da iniciativa privada. Diante de tal quadro, as empresas privadas que produzissem tal tipo de aparelho teriam que fazer com uma qualidade melhor que os produzid

A tributação das igrejas

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Historicamente, as igrejas construíram creches, escolas, orfanatos, universidades, hospitais, entre outras entidades de benefício social. São religiosos que abrem, em boa parte, casas de acolhimento para ajudar viciados, moradores de rua, entre outras situações. São também as pequenas igrejas que se encontram na periferia, frente a frente, com a situação dos mais marginalizados da sociedade. A grande maioria dos membros das igrejas é composta de pessoas humildes. No convívio eclesiástico pessoas são ajudadas em seus embates sociais, e isso entra muito pouco nas estatísticas e contabilidades oficiais. Por conta dessas e outras evidências, ninguém parecia questionar muito a questão da isenção tributária das religiões, enquanto entidades de interesse social. Entretanto, após notícias em série de “espetaculações” da fé, enriquecimento desmedido de determinados líderes, um grupo declarado de ateus, de maneira bem inteligente e convincente (muito provavelmente mais à esquerda do