Islamismo, cristianismo e estado laico

Os cristãos assistem estarrecidos tudo o que tem ocorrido com seus irmãos na Síria, notadamente por conta de toda a perseguição que estão sofrendo nas mãos de militantes islâmicos radicais.

Sabemos que existem muitos muçulmanos pacifistas, e que em sua gênese, o islamismo conviveu relativamente bem com o povo "do Livro" (judeus e cristãos).

Complexos movimentos históricos nos trouxeram até aqui, nestas batalhas todas.

Hoje ainda tenho minhas sinceras dúvidas se o islamismo conseguirá, algum dia, conviver com uma experiência laicista de Estado, notadamente quando for maioria (toda minoria quer democracia, pluralidade, etc, como os católicos no início dos EUA).

Isso porque, ao que tudo indica, a guerra santa já está na gênese desta religião.

O islamismo já nasceu guerreiro, lutando em nome de Alá, contra os infiéis.

Um estado laico parece-nos algo impensável na experiência islâmica. O islamismo ainda não teve a sua experiência "iluminista".

Entretanto, no cristianismo não foi assim.

O cristianismo já nasceu às margens do Estado, fosse ele judaico, grego ou romano.

O cristianismo não nasceu estatal, não nasceu guerreiro,

Na verdade, o cristianismo já nasceu martirizado.

Muitos dentre os melhores santos cristãos foram mortos pelo Estado.

E não poucos consideraram a experiência estatal de cristianismo como um desvio, um retrocesso, afinal Jesus disse que o reino dele não era desse mundo, e nenhum apóstolo converteu ninguém pela força.

Por isso, creio que o cristianismo pode conviver melhor com uma experiência laica de estado. Ou então, com um estado com religião oficial, mas que não proíba as demais.

Os dogmas de nenhuma religião podem ser demonstrados empiricamente, por isso, ninguém deve ser obrigado a crer em nenhuma delas pela força, e nem ser forçado a ficar em nenhuma agremiação religiosa. A religião é algo relativo ao espírito, à interioridade, e embora surta efeitos práticos, seus dogmas não podem ser forçado sobre a consciência de ninguém. Uma pessoa só deveria aderir a uma religião por amor.

Isso que os fundamentalistas islâmicos precisam aprender (e talvez, muitos evangélicos também).

Oremos por eles, que os cristãos saibam abençoar que os perseguem.

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