Leitura: 2 Crônicas 25 “Fez ele o que era reto perante o Senhor, porém, não com inteireza de coração” (2 Cro 25.2). Amazias, neto do Rei Joás, e pai de Uzias, parece ter começado relativamente bem o seu reinado, embora cometendo alguns erros. Ele contratou soldados israelenses para combater ao lado de Judá, por um grande valor em prata (vers. 6); porém, foi advertido por um profeta que o Senhor não se agradava de Israel, e que não era para os levar para batalha (vers.7). Ele deu ouvidos ao profeta e despediu os mercenários contratados, que muito se iraram e causaram prejuízo por onde passaram (vers. 12). Amazias então, com seu exército, conseguiu vencer uma grande batalha, porém, inexplicavelmente, prestou adoração aos seus deuses (vers. 14). Irado, o Senhor envia outro profeta ao rei para o advertir, porém, desta vez, Amazias não dá ouvidos, sendo isso a sua ruína (vers. 16). Depois, por conta de sua soberba, desafia o rei de Israel para “medir armas”, uma esp...
“...não endureçais os vossos corações...” (Hebreus 3.7-13) Não sabemos com certeza quem escreveu as cartas aos hebreus. É muito provável que alguns daquela comunidade pensavam em se desviar, talvez voltar para o judaísmo. Por isso o autor da carta, entre outras coisas, procura estabelecer a superioridade de Cristo sobre o sacerdócio levítico e exortar os seus leitores para que não se desviem. Da leitura de Hebreus 3.7-13, nós podemos aprender algumas lições: Primeiramente, que o Espírito Santo tem uma voz que pode ser ouvida . Conforme está escrito: “Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz” (Hb 3.7). O Espírito Santo foi dado para “convencer o mundo” do pecado, da justiça e do juízo. Ele está no mundo, usando os pregadores do evangelho para levar o povo ao arrependimento. Entretanto, é possível endurecer os corações, pois o autor de Hebreus adverte: “não endureçais os vossos corações” (Hb 3.8). Ora, é plenamente possível uma ...
O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei . Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos . Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando . (João 15.12-14) N ão gostar de alguém não nos isenta de amar. Gostar é sentimento. Amar é uma ação. Sentimentos surgem depois. Luther King chegou a dizer: "Deus me manda amar, não necessariamente gostar". Amar, é mandamento e independe (ou pelo menos deveria independer) do que estou sentindo. Devemos ser capazes de amar alguém mesmo não gostando. Se isso deve ser verdade para com as pessoas más, quanto mais para com nosso irmão em Cristo. O modelo do mandamento é o próprio Jesus, pois ele disse "assim como EU vos amei". Jesus dedicou uma vida àquela pequena comunidade de discípulos e depois morreu por ela, não perdendo nenhum deles, somente o filho da perdição. E esse é o nosso desafio. De qualquer modo, dar a vida não é somente ...
Cedo ou tarde na vida, todos provavelmente terão que lidar com a traição ou alguma injustiça praticada contra si. José do Egito, personagem bíblico descrito no livro de Gênesis, teve que enfrentar traições e injustiças em sua caminhada conforme segue: Genesis 37.1-28 : Ele foi vendido como escravo por seus irmãos. Isso é uma traição da mais alta conta, das mais doloridas. Gênesis 39.1-20: Foi injustiçado pela esposa de Potifar. Ela queria ter um caso com ele, que recusou e fugiu. Ela o acusou falsamente de tentar força-la, e por conta disso, foi preso. Gênesis 40.8-23 : Após interpretar o sonho do copeiro, e este ser liberto, foi esquecido na prisão. Sofreu a ingratidão do copeiro-chefe, pelo menos por algum tempo (dois anos, para ser mais exato). Podemos dizer que José foi injustiçado: - no âmbito familiar ; - no âmbito profissional ; - no âmbito ministerial ; E como foi que ele agiu diante de tais situações? 1 – JOSÉ NUNCA SE REVOLTOU CONTRA DE...
(cuida-se do esboço de uma aula ministrada em um curso popular de teologia) ATOS é o único livro que apresenta uma narrativa histórica dos acontecimentos imediatamente posteriores à ascensão. É o segundo volume da obra de Lucas (Lc 1.1-4 e At 1.1); o primeiro a utilizar o nome “atos dos apóstolos” foi Irineu, aproximadamente em 190 d. C. AUTORIA : formalmente, anônimo. A tradição unânime atribui a Lucas. A partir de At 16.10, o pronome começa ser usado na primeira pessoa do plural (16.10-17; 20.5 a 21.18; 27.1 a 28.16). Ou seja, o autor da obra, a partir de tais acontecimentos, estava juntamente com Paulo. O autor esteve com Paulo em Roma (27.1 a 28.16). De Roma, Paulo escreveu as epístolas da prisão (efésios, filipenses, colossenses, filemon). Estas epístolas nos dizem algo acerca dos companheiros de Paulo na ocasião. Aristarco, Marcos, Timóteo, Tíquico, Epafras, Epafrodito, Demas, Jesus, chamado Justo e Lucas estavam parte ou todo o tempo com o apóstolo. Aristarco é...
Há uma grande discussão se o título que se deve atribuir à Virgem Maria é "Theotokos" (Mãe de Deus) ou "Christotokos" (mãe de Cristo). Boa parte dos evangélicos contemporâneos dizem que o título correto deveria ser o segundo, pois Maria é somente mãe de Cristo, e não de toda a Trindade. E, os católicos, já definidos pelo Concílio de Éfeso (431) e pela Tradição a definem como mãe de Deus, pois Jesus é Deus. O que o protestante precisa saber é que, quando um católico diz que Maria é Theotokos, ele não quer dizer que Maria é mãe do Pai, ou do Espírito, e nem do Filho enquanto gerado eternamente no próprio Pai, mas justamente que Ela é mãe de Cristo, do Messias, enquanto Logos encarnado. Mas como o Cristo é Deus, Maria é mãe de Deus. Este dogma, proclamado em 431, foi para enfatizar a concepção acerca da pessoa de Cristo (não sendo ele duas pessoas, mas somente uma), sendo portanto, um dogma Cristológico, muito mais que Mariológico. Foi para combater o pensamento nest...
É provavelmente o mais comentado dentre todos os evangelhos. Considerado de muita profundeza devocional, espiritual e teológica dentre todos. O evangelho preferido de Lutero. Autoria : Formalmente anônimo, assim como os demais evangelhos. É uma testemunha ocular (João 1.14). A escola tradicional entende que foi João, filho de Zebedeu. A referência em João 21.24-25 parece apontar para o “discípulo a quem Jesus amava” (13.23; 19.26; 20.2; 21.7,20). A primeira testemunha que indica que João foi o autor é Irineu , e ele já está no segundo século. Entretanto, é uma testemunha muito importante, pois segundo a tradição, ele, Irineu, foi discípulo de Policarpo, e este, do próprio apóstolo João, e tal autoria foi aceita por diversos outros teólogos primitivos, que eram bem críticos e rígidos em suas análises, conforme afirmam muitos estudiosos (Tertuliano, Orígenes, Clemente de Alexandria, etc). A controvérsia surge pelo fato deste evangelho ter sido o preferido dos gnósti...
N ós, os que estamos acostumados a frequentar igreja e ouvir sermões, já ouvimos em algum momento alguma condenação ao que se pode dizer "seguir Jesus em segredo". Eu, particularmente, já ouvi muitas vezes os pregadores exortarem aqueles que têm vergonha de confessar diante do mundo que são cristãos, crentes, discípulos ou seguidores de Jesus. E realmente, as Escrituras demonstram que muitos, por medo, não quiseram divulgar sua fé em Cristo. Houve o exemplo de um homem proeminente em Israel, Nicodemus, que foi ter com Jesus bem de noite, indagá-lo acerca de algumas dúvidas que tinha acerca do Reino de Deus. Isto está relatado do capítulo terceiro do evangelho de João. A vida de Nicodemus é colocada em contraste com a da mulher samaritana, que, ao contrário do grande mestre em Israel, divulgou para todos a sua fé em Cristo. Entretanto, a misericórdia de Deus é tão grande que mesmo discípulos ocultos, secretos de Jesus, podem ser usados para um fim útil. Po...
E ste mês estamos comemorando 494 anos de Reforma Protestante. Assim como, em nosso aniversário, é salutar que façamos uma auto-análise de nossas vidas, talvez assim também devamos fazer com este movimento, que logo irá completar quinhentos anos e que influenciou profundamente a história do ocidente e do mundo. Todos os anos eu faço uma breve meditação sobre este assunto, e este ano não será diferente. Gostaria de pensar nas idéias que, em minha opinião, foram a mais forte e mais fraca na concepção protestante. O que será que foi bom para a cristandade, e o que talvez não tenha sido tão bom assim. É, obviamente, uma concepção pessoal, sujeita a erros e críticas de todos os lados. Mas vamos lá (quando penso em protestante, estou sendo bastante genérico, não me restringido à reformados, anglicanos ou luteranos em si). Em minha opinião, o ponto forte da Reforma foi a concepção soteriológica , ou seja, a doutrina da salvação. Houve um consenso entre os reformadores que a salv...
H á poucas personalidades cristãs que me impressionam tanto quanto Dietrich Bonhoeffer. Ele era alemão; entretanto, pastoreava uma igreja em Londres. Quando o nazismo assumiu o poder na Alemanha, ele fez questão de voltar à sua terra natal e fazer algo a respeito. Fundou uma comunidade da igreja confessante, aquela que não aderiu à doutrina nazista. Foi tal comunidade que inspirou o livro “Vida em Comunhão” (Editora Sinodal), que vou postar alguns trechos por aqui. O livro é tão bom que quase nenhuma palavra cai por terra. Recomendo. No trecho abaixo, Bonhoeffer nos adverte da necessidade de dependermos também da graça do Senhor para formarmos uma comunidade, e não de nossos próprios ideais. “Numerosas vezes, toda uma comunhão cristã faliu porque vivia de um ideal. Justamente o cristão sério, aquele que pela primeira vez entra em contato com uma comunhão de vida cristã, muitas vezes trará consigo uma determinada imagem do tipo de vida em comum cristã e se empenhará em c...
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