A dor e a alegria de se relacionar, segundo Clarice

"O homem.
Como o homem é simpático.
Ainda bem.
O homem é nossa fonte de inspiração?
É.
O homem é nosso inimigo?
É.
O homem é nosso rival estimulante?
É.
O homem é nosso igual totalmente diferente?
É.
O homem é bonito?
É.
O homem é engraçado?
É.
O homem é um menino?
É.
O homem é também um pai?
É.
Nós brigamos com o homem?
Brigamos.
Nós não podemos passar sem o homem que brigamos?
Não.
Nós somos interessantes porque o homem gosta de mulheres interessantes?
Somos.
O homem é a pessoa com quem temos o diálogo mais importante?
É.
O homem é um chato?
Támbém.
Nós gostamos de ser chateadas pelo homem?
Gostamos.
Poderia continuar esta lista interminável até meu diretor me mandar parar. Mas acho que ninguém me mandaria parar. Pois penso que toquei num ponto nevrálgico. E, sendo um ponto nevrálgico, como o homem nos dói. E como a mulher dói no homem".
(Clarice Lispector, em "A descoberta do mundo", ed. Rocco, p. 30)
Como o homem é simpático.
Ainda bem.
O homem é nossa fonte de inspiração?
É.
O homem é nosso inimigo?
É.
O homem é nosso rival estimulante?
É.
O homem é nosso igual totalmente diferente?
É.
O homem é bonito?
É.
O homem é engraçado?
É.
O homem é um menino?
É.
O homem é também um pai?
É.
Nós brigamos com o homem?
Brigamos.
Nós não podemos passar sem o homem que brigamos?
Não.
Nós somos interessantes porque o homem gosta de mulheres interessantes?
Somos.
O homem é a pessoa com quem temos o diálogo mais importante?
É.
O homem é um chato?
Támbém.
Nós gostamos de ser chateadas pelo homem?
Gostamos.
Poderia continuar esta lista interminável até meu diretor me mandar parar. Mas acho que ninguém me mandaria parar. Pois penso que toquei num ponto nevrálgico. E, sendo um ponto nevrálgico, como o homem nos dói. E como a mulher dói no homem".
(Clarice Lispector, em "A descoberta do mundo", ed. Rocco, p. 30)
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