O que não pode faltar em uma comunidade cristã?

Características de uma comunidade cristã saudável

Há pelo menos quatro coisas que não podem faltar em nenhuma reunião cristã.

A primeira é a “doutrina dos apóstolos”. Entendemos por doutrina dos apóstolos todo o seu ensinamento, acerca de Cristo, e alicerçado nas Escrituras. Obviamente, em um primeiro momento, tal doutrina se dava de modo oral, entretanto, alicerçada nos textos do antigo testamento. Por isso, um mestre cristão fará bem caso se fortaleça no entendimento dos textos da antiga aliança. Entretanto, o deverá fazer conforme a doutrina dos apóstolos, que temos registrada suficientemente nos textos do novo testamento. Tal concepção parece simples, mas diante de tantos movimentos que já não creditam a necessária atenção à doutrina, nunca é demais chamar a atenção para esta questão.

A segunda é a “comunhão”. Comunhão significa amizade, amor, relacionamento, compartilhamento. Sempre haverá benefícios em se participar de uma reunião cristã, da Palavra, dos sacramentos. Entretanto, a reunião dos irmãos não deveria ser uma ocasião em que se assiste algo e se volta para casa sem relacionamento nenhum. A comunidade tem que ser o lugar da prática do amor. Quanto mais construímos nossas comunidades como um evento a ser assistido passivamente, creio que minamos a comunhão. Precisamos tentar conhecer o nome uns dos outros, visitarmos e ajudarmos uns aos outros. A fraternidade é a essência da nossa comunhão.

A terceira característica que não deveria faltar em uma reunião cristã é o “partir do pão”. Partir do pão é o símbolo do companheirismo. Significa dizer que ninguém deveria sair de uma reunião cristã com fome. Fome de comida. Fome de pão de verdade. As igrejas perderam esse costume, mas cada qual deveria, na medida das suas possibilidades, levar pão, bolachas, o que puder, para ser compartilhado nos fins das reuniões. Tudo deveria ser organizado para que no final pudéssemos simbolicamente sentar ao redor da mesa. Nas nossas reuniões sempre há a possibilidade de surgirem pessoas necessitadas. Toda igreja deveria acolhê-los. Nem sempre temos condições de satisfazer tudo o que precisam, mas pelo menos devemos matar sua fome. Sei que há os que entendem que aqui se retrata o pão eucarístico, entretanto, mesmo se for o caso, sabemos que naqueles tempos a eucaristia não se resumia somente aos elementos pão e vinho, e sim era uma refeição maior.

E em último lugar, o que não pode faltar são as “orações”. Oração é simplesmente falar com Deus. Nosso culto não pode estar “de olho” somente na terra, nas nossas atividades, por melhores que sejam. Temos uma dimensão espiritual para “tocar”. E isso se faz pela oração. Todas as vezes que, após o pentecostes, alguém ficou cheio do Espírito Santo, foi em uma reunião coletiva de oração. Na oração a comunidade comunica a Deus seus anseios, temores, dúvidas, sofrimentos, e rende também ações de graças. Oramos uns pelos outros, pela nação, por pessoas enfermas, enfim. Pedimos a Deus a força necessária para continuar a nossa caminhada. 

Enfim, doutrina dos apóstolos, comunhão, partir do pão e orações. Pelo menos estas quatro características, a igreja nunca pode deixar de ter.

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