E Jesus chorou...

Jesus chorou

“Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou” (Lucas 19.41).

Jesus estava entrando em Jerusalém e sendo recebido com uma verdadeira festa pelos discípulos e pelas multidões. Cuidava-se da sua entrada triunfal naquela cidade. Ocasião em que muitos comemoram como o Domingo de Ramos.

Todos gritavam: “Bendito o que vem em nome do Senhor”!

Os fariseus se escandalizavam e pediam para Jesus repreender os discípulos, sendo que o Senhor respondeu: “se eles se calarem, as próprias pedras clamarão”!
Entretanto, mesmo em meio à tal festa e recepção, quando olha para a cidade, Jesus chora.

Chora porque Jerusalém não reconheceu o dia da sua visitação.

Não reconheceu o dia em que o Filho de Deus esteve presente para os seus.
Chora porque vislumbrou o que iria ocorrer com aquela cidade. Ela seria destruída, vindo sobre ela dias em que seria sitiada e dominada pelos inimigos.

Jerusalém era uma cidade muito distante daquilo que Deus queria para ela. Era uma cidade injusta. Seus sacerdotes eram homens maus. Seus professores estavam mais apegados às tradições do que aos mandamentos. A religião era fonte de exploração dos mais necessitados. Havia violência, roubos, injustiças, pilhagens. O povo era como de ovelhas que não tinham pastor. Os judeus eram dominados pelos romanos. Havia alta de impostos. Conluio entre as elites e os dominadores.

João Batista, o maior profeta de todos, teve sua pregação rejeitada pelos líderes. Foi morto pelas autoridades romanas, em uma fétida prisão. Jesus, que tanto ensinara e operara em Israel também seria morto.

Jerusalém não reconheceu o dia da sua visitação, e Jesus por ela chorou.

Lendo um texto como esse, podemos nos perguntar se estamos dispostos a chorar por nossas cidades, chorar por nosso país.

Não estamos muitos diferentes não. Talvez piores.

Nossos governantes são corruptos. Vemos todos os dias denúncias e reportagens de corrupção. Mensalão, mensalinho, petrólão, e assim sucessivamente. Fraude nas licitações. Desvio de dinheiro público. Falência no sistema educacional, na saúde. Com tanto dinheiro, entre os piores em saneamento básico.

Por outro lado, na religião não é diferente. As igrejas mais populares vendem objetos “ungidos”. É óleo consagrado pelo pastor fulano de tal. Sabonete que lava os pecados. Sabão em pó que abençoa a roupa. Vassoura que varre o mal olhado. Água abençoada não sei de onde. Caneta ungida. Campanha de emagrecimento milagroso. Unção do celular. E tudo isso pago. O show de horrores. Pastores milionários, que exploram o povo. Há ainda em muitos locais o escândalo de padres pedófilos.

Nunca houve tantas igrejas. E há tanta corrupção. Violência nas ruas. Crianças drogadas. Destruição familiar. Viciados. Roubos e assaltos. Homens invadem igrejas e destroem objetos sagrados. E assim sucessivamente.

Não seria o suficiente também para chorar, como Jesus fez por Jerusalém?

Jerusalém poderia ter tido João Batista por sacerdote. Poderia ter tido Jesus por rei. Mas não conheceu o dia da sua visitação.

O dia da visitação é aquele momento em que Deus deu uma oportunidade para a mudança, mas tal oportunidade não foi reconhecida. Foi ignorada. Foi rejeitada.

Em 70 d. C. Jerusalém foi arrasada pelos romanos. Destruída. E nós, o que acontecerá conosco se constantemente ficarmos rejeitando o dia da visitação do Senhor?

Alguns anos de vida cristã já são o suficiente para perceber a diferença na vida daqueles que rejeitaram e daqueles que acolheram a visitação do Senhor em suas vidas. Quem recebe alguém na qualidade de profeta, recebe recompensa de profeta. Que possamos chorar por São Paulo, por nosso país, para que acolham a bondade que o Senhor lhes oferece, se arrependam, para que não continuemos a sofrer as consequências drásticas que virão sobre aqueles que não reconhecerem o "dia da sua visitação".

Se a honestidade fosse uma prática constante, já avançaríamos em muito nas reformas que este país necessita.

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