Da necessidade de valorização de direitos historicamente conquistados
Muitos podem considerar como coisa natural os direitos
liberais como a liberdade de expressão, liberdade religiosa, voto universal,
igualdade entre homens e mulheres, e muitas outras. Ou seja, consideram tais
direitos como a coisa mais natural do mundo, como se fosse algo praticamente “dado”
pela natureza.
Ocorre que boa parte da história, a humanidade não viveu
estes direitos. E boa parte da humanidade hoje não usufrui deles, como
sociedades comunistas e islâmicas. Em sociedades comunistas, por exemplo, não
há direito a discordar do governante. Em islâmicas, há uma lei religiosa, a “sharia”
que rege a vida de todos os seus súditos. E há milhões de pessoas que acham que
tais direitos liberais são absurdos, e que gostaria que fosse aplicada a lei de
seu deus.
Por isso, tais direitos, ainda que muitas vezes formais, não
podem cessar de serem ensinados e defendidos em nossas escolas. Não podemos
recuar, nem um milímetro sequer. É preciso estar vigilante quanto a tendências que
podem surgir colocando em risco tais conquistas. Isso porque, parece que há uma
tendência muito forte no ser humano em abjurar tal estilo de vida por outro
mais autoritário, controlador, “seguro”, seja em nome de uma divindade, ou de
algum outro sistema político.
Diga não a quaisquer tentativas teocráticas, de se impor o
poder em nome de alguma divindade. Diga não às doutrinas que tendem a ser
totalizantes, ainda que seculares, que impeçam seu direito de questionar. Diga sim
às dúvidas, indagações, direito de crer e de não crer. Diga sim a sistemas que
procuram, até o último momento, impedir quaisquer agressões contra seus
cidadãos, começando com a agressão mais básica, que é a física. Diga sim à
liberdade de expressão, mesmo que em alguns momentos possam abusar dela.
Uma democracia liberal, conforme ensinou Giovane Sartori, não é o governo exercido em nome de uma maioria somente. É o sistema que garante a existência de uma minoria discordante, inclusive, a possibilidade de que esta minoria um dia se torne maioria, mas respeite também os direitos dos demais.
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