Objetos sagrados

Um dia destes estava dando aula sobre o tema “santidade” quando surgiu uma discussão acerca de objetos sagrados, dividindo as opiniões da turma.

Sabemos que no Antigo Testamento havia a consagração de objetos para uma utilização santa, que não poderia ser violada de modo algum, sob pena, algumas vezes, da pessoa ser fulminada, como foi no caso dos filhos de Arão. No Novo Testamento, não parece haver muitas referências a tais objetos, e, o protestantismo, por conta do “sola scriptura” e também, pela reação ao catolicismo romano, acabou por reduzir a praticamente zero a existência de algum objeto sagrado que não fosse o próprio ser humano habitado pelo Espírito Santo de Deus.

Entretanto, mesmo assim há os que defendem a existência de tais objetos no contexto evangélico. Há jovens, por exemplo, muito piedosos, que consagram seus instrumentos musicais para louvor ao Senhor, fazendo o voto de não tocar com os tais nenhuma música mundana. Acho muito bonita esta consagração, e válida como um impulso na vida do jovem, mas não vejo um fundamento para se exigir que tal coisa seja repetida por todos os crentes em todos os lugares.

De modo geral, qualquer consagração de objetos, reverência, ou coisa do tipo, é vista pelos cristãos protestantes como uma idolatria. Por exemplo, a reverência aos elementos eucarísticos e outros objetos litúrgicos já são considerados idolatrias por muitos. Os alunos pediram minha opinião sobre este assunto, no qual eu discordei. Mas fiz questão de provar que, em alguma medida, os protestantes também consideram alguns objetos (fora do ser humano) também como sagrados.

Falhei-lhes da passagem escrita por Paulo aos coríntios, em sua primeira epístola, no capítulo dez, quando ele disse que “o pão que abençoamos é a comunhão do corpo de Cristo” e “o cálice que abençoamos é a comunhão do seu sangue” e peguei um pedaço de giz e meu copo de água para mostra como exemplo. E perguntei a eles se consideravam tais elementos consagrados (o vinho e o pão de verdade em um culto) como santos, ou se para eles, continuavam a ser como um pão e vinho qualquer. Obviamente, ainda que a noção eucarística de evangélicos seja muito diferente das dos católicos, por unanimidade, a sala não considerou que aqueles elementos consagrados, no contexto de culto, eram uma coisa qualquer.

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