O envolvimento de Jesus com a Política

É muito triste ver os cristãos dando um apoio quase que incondicional ao seu político favorito.

Algumas igrejas abriram seus púlpitos. Alguns pastores fizeram campanha. Crentes brigam pelo seu candidato a ponto de romperem amizades. Uma verdadeira tristeza.

Será que Jesus teria partido? Será que ele faria a defesa inflexível de algum político se vivesse nos nossos dias?

Creio que não.

Havia muitos partidos em Israel nos tempos de Jesus. Não partidos no sentido contemporâneo do termo, porém grupos de interesses, como farisesu, saduceus, herodianos, entre outros.

Jesus não se identificou radicalmente com nenhum deles.

Extraindo seu exemplo do evangelho, qual foi o envolvimento de Jesus com a política?

A meu ver, estava de acordo com sua missão de vida, do início ao fim.

Logo no começo do seu ministério, ele pregou arrependimento (Mateus 4.17).

E no final, após a ressurreição, também determinou que seus discípulos pregassem arrependimento em seu nome (Lucas 24.47).

Se lermos, por exemplo, Mateus 23, veremos o quão duras foram as palavras de Jesus contra sacerdotes, escribas, doutores da lei, fariseus, que eram as pessoas que exerciam certa autoridade em seu tempo.

Ou seja, a atuação política de Jesus foi aquilo que se costuma chamar de "voz profética", uma voz de protesto contra as injustiças cometidas pelas autoridades em nome de Deus.

Jesus sequer pregou o fim do domínio romano sobre Israel.

Não defendeu um sistema político; nem mesmo uma personalidade.

Ele viveu, pregou a justiça, e atacou pessoalmente os que exploravam o povo.

Assim sendo, não faz sentido o apoio institucional da igreja a determinado partido ou político, caso contrário, poderá perder (se é que já não perdeu) sua voz profética, de crítica, de protesto, contra a injustiça. 

A política partidária tem que ficar da porta da igreja para fora.

Jesus e os políticos de seu tempo
Do filme "A paixão de Cristo"


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