Fome de Deus - Frei Betto
Terminei de ler por estes dias o livro "Fome de Deus", de Frei Betto.
Possivelmente o nome do autor cause repúdio em alguns, por conta da intensa participação política deste em movimentos de esquerda.
Talvez alguns possam achar que pelo fato de alguém se unir a determinada visão política, tenha perdido a espiritualidade.
Mas não é o caso do nosso autor, pois esse livro tem um aspecto bastante devocional.
Essa obra traz espiritualidade, tanto em seu aspecto vertical (sim, Frei Betto fala-nos em oração, e também em meditação), e também comunitário. A primeira parte do livro é mais devocional.
Obviamente também ele não deixa de fazer reflexões sociológicas e filosóficas mais profundas na segunda parte do livro, em que faz ensaios acerca de "Deus e a modernidade".
E na terceira parte, vai abordar um pouco a vida de alguns líderes espirituais, como Francisco, Maria Madalena, o apóstolo Paulo, João da Cruz e Tereza.
Na quarta parte, sob o assunto "Religião e amor", escreve um pouco de sua própria jornada espiritual.
Abaixo, alguns trechos que achei bem bacana (há muitos outros).
Sobre a eucarística:
"Jesus fez da partilha do pão e do vinho, da comida e da bebida, o sacramento central da comunidade e seus discípulos - a eucaristia. Ensinou que partir o pão é partilhar Deus" (p. 15).
Sobre a oração:
"A oração é para o cristão o que a relação sexual é para o casal que se ama. O casal que se ama e não tem momentos de intimidade é como o cristão que diz que ama a Deus e ao próximo, mas não reserva momentos de intimidade com Deus. Esses momentos chama-se oração" (p. 21).
Sobre solidariedade:
"Quem se recusa a ser solidário corre o risco de fica solitário" (p. 36).
Sobre o amor aos inimigos:
"Amar o inimigo não é suportar calado as ofensas dele, aguentar resignado a opressão, deixar-se explorar sem protestar. É querer o bem dele, a ponto de ajudá-lo a deixar de ser arrogante, opressor e explorador" (p. 37).
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