A religião de causa e efeito
Esta em moda hoje uma
ideia de religião de causa e efeito.
O que vem a ser isto?
É a ideia de que se a
pessoa realizar certos rituais, cumprir certas promessas, se comportar de determinado
modo, cumprir certos mandamentos, ela será tremendamente bem sucedida na face
da terra, com prosperidade, boa família, boa casa, etc.
Isso já vinha de um
certo paganismo, ou mesmo talvez de um catolicismo de cunho popular, mas tem se
propagado cada vez mais no meio evangélico.
São comuns as
campanhas das promessas e coisas do tipo. E cada um fica meio que esperando a
sua vez de ser abençoado, de dar o seu testemunho ou coisas do tipo.
Mas isso não está
somente em expressões populares do pentecostalismo. Mesmo discursos
intelectualmente mais elaborados podem acabar defendendo este ponto de vista.
Tudo isso muito
interessante, muito bonito, atraindo muitas pessoas, mas com um único probleminha:
não está de acordo com o evangelho.
Lembro-me por
exemplo, da história de João Batista. Jesus disse que entre os nascidos de
mulher, ninguém era maior do que ele.
O Batista foi o
profeta anunciado no antigo testamento e abriu caminho para o Senhor, chegando
mesmo a batizá-lo. Foi um profeta no mesmo calibre que Elias.
O filho de
Zacarias e de Izabel cumpriu cabalmente o seu ministério, sendo assassinado em uma
fétida cadeia, por ordem de um covarde Herodes, pelas tramoias da adúltera
Herodias, após a lasciva dança de sua filha.
Enfim, um homem bom,
fiel, santo, profeta, mas morreu de forma terrível, aos olhos humanos.
Tal constatação
poderia ser feita acerca da vida de um Estevão, Tiago, Pedro, Paulo, Policarpo,
Irineu, Justino...e o próprio Senhor Jesus. A lista seria interminável.
Por isso tal religião
de causa e efeito, embora popular, embora pragmática, não tem nenhum respaldo
no evangelho. Qualquer teologia em que não caiba nosso Senhor nem nenhum dos
santos mártires não é uma teologia boa para a igreja.
Obviamente, não é
errado querer boas coisas nesta terra, para si ou sua família, entretanto, não
é a conquista de tais coisas que determinam se fomos bons cristãos ou não. Nossa
maior recompensa esta nos céus. Nossa maior recompensa é o próprio Deus.
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