A banalização do ministério profético
É muito comum hoje em muitos cultos evangélicos (neo) pentecostais ouvirmos todo tipo de profecia: “eu profetizo a
benção”, “profetizo uma semana de vitória”, “profetizo a concretização dos
sonhos de Deus para sua vida”, e assim sucessivamente.
Nada contra desejar
coisas boas para as pessoas, mas alguns acham que suas próprias palavras são
imbuídas de um tipo de poder criador. Como se, somente pelo fato de alguém
dizer alguma coisa, ou desejar alguma coisa e expressar com palavras tal coisa
fosse acontecer mesmo.
Profecia vem da
junção de duas palavras gregas, que, no fim, significa “contar antes”. Foram os
grandes profetas, do antigo testamento, que previram muitos fatos e
acontecimentos, como Isaías, Jeremias, Ezequiel, que profetizaram em um período
de crise me Judá. Para nós, os cristãos, eles profetizaram também a vinda de
Jesus.
No Novo Testamento,
temos o profeta Ágabo, que profetizou a prisão de Paulo, e também há muitas
outras profecias ditas pelo nosso Senhor Jesus Cristo ainda a se cumprirem.
O apóstolo Paulo,
quando escreveu sua epístola aos coríntios tratou bastante do dom profético
(dom este mencionado em todas as listas de dons do novo testamento), nos
informando que tal carisma existe para exortar, instruir e consolar a igreja, e
que tal dom é maior do que o dom de línguas.
Um dos monumentais
aspectos do dom profético é de alguém que é a voz de Deus para com os homens. A
implicância disso significa combater as pessoas injustas, lançar em seu rosto o
pecado delas, como tantos profetas fizeram. Elias confrontou o rei Acabe. Hananias
confrontou o rei Asa, Isaías confrontou o seu próprio povo, assim como os já
citados Ezequiel e Jeremias. João Batista confrontou Herodes em seu pecado, e
Jesus, confrontou os fariseus. Todos pagaram um preço muito caro por isso. Na lista
dos grandes padres e pastores da igreja, creio que poderíamos incluir João Crisóstomo,
Savonarola, Bonhoeffer, Luther King, entre muitos outros. A consequência do
ministério profético destes homens foram perseguições e pagar com a própria
vida muitas vezes.
Entretanto, nossas
profecias se resumem em... “profetiza a benção para o seu irmão”, “profetizo
saúde para você”, “profetizo a felicidade, a casa própria, etc...” Que
tristeza! Isso não seria realmente uma banalização do verdadeiro ministério
profético?
Comentários
Postar um comentário