Até no riso tem dor o coração
“Até no riso tem dor
o coração, e o fim da alegria é a tristeza” (Provérbios 14.13)
Há momentos muito felizes na vida da maioria de nós.
O carinho de uma mãe. O abraço de um amigo. O encontro com a
pessoa amada. A sexualidade bem praticada. O nascimento de um filho. Atingir
uma realização. Ganhar presentes. Receber atos de bondade.
Muitas coisas trazem sentido e alegria à nossa existência.
Entretanto, há também os momentos tristes.
A tristeza, a dor, o sofrimento... Tudo isso é como se
estivesse subentendido em tudo o que temos e fazemos. É uma sombra que nos acompanha.
É como se o sorriso fosse somente um breve intervalo entre
dor e dor. Uma simples distração.
O amigo vai embora um dia. Chega o dia do desemprego. Da escassez
para muitos. Falta de saúde. É a meta que nunca é atingida. É o sonho que nunca
se cumpre. E finalmente, a triste morte.
E por falar em morte, a imensa maioria dos seres humanos que
parte deste mundo se vão em grande dor e agonia. Não importa se fizeram coisas
boas, ou coisas ruins. Partem em grande sofrimento. É um processo geralmente muito
doloroso. Bem-aventurados quando o sofrimento é rápido, não se estende tanto.
Somente uns poucos é que, como os animais, vão dormir e não abrem mais os olhos
neste mundo.
Como lidar com isso? Como viver diante de tal expectativa?
Podemos fazer algo a respeito?
Sinceramente, não sei se podemos.
O que está ao nosso alcance, é procurar viver de forma sábia
neste mundo, como insistentemente escreveu o autor do livro de Provérbios de
Salomão, cujo principal tese é a de que “o temor do Senhor” é o princípio da
sabedoria.
O mencionado livro, por exemplo, nos dá muitas lições de
como procurar viver uma boa vida, aproveitar bem cada momento. É um livro que
pode até chocar pelo pragmatismo e simplicidade, em uma clara demonstração de
que a fé não existe para que joguemos o bom senso, a prudência, o planejamento
pela janela.
A fé, quando bem vivida, traz a nós também uma sensação de
alegria interior, subjetiva, mesmo em meio às situações mais difíceis da
existência. Isso porque, entendemos, somos templo do Espírito Santo, cujo fruto
é a alegria, a paz.
Isso significa que estaremos livres da dor? Não. Basta olhar
para a história, e ver o quanto sofreram os mártires da fé, os melhores dentre
nós. Basta olhar para Jesus Cristo, nosso Senhor.
O importante é não nos deixar iludir, enganar. Esse mundo é
um vale de lágrimas sim, jaz no maligno sim. Sabendo disso, somos incentivados a viver de modo sábio, procurando não ser motivo de sofrimento para outro, para nós mesmos (cuidando, inclusive, de nossos corpos), e nos precavendo para que, no que depender de nós, não permitirmos que outro nos faça sofrer inutilmente.
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