Do contentamento com as coisas simples - II



A vida do discípulo deve ser sem avareza e com contentamento: “Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei” (Hebreus 13.5).

Tal discurso é um pouco duro em nossos tempos. Quem, por exemplo, fica muito tempo com uma mesma roupa, um mesmo sapato, um mesmo carro, um mesmo emprego, é visto como alguém que não prospera, um acomodado. Entretanto, a confiança do fiel está no Senhor. Ele não deve andar radicalmente ansioso pela conquista dos bens materiais e pela sobrevivência financeira. A vida do cristão está pautada pelos relacionamentos; principalmente, o seu relacionamento de confiança para com Deus.

Quando alguém passa a freneticamente viver sua vida na busca dos bens materiais, corre o risco de se desviar da fé: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé, e a si mesmo se atormentaram com muitas dores” (1 Timóteo 6.10). Constantemente, em nossa prática cristã, vemos pessoas se afastarem da comunhão pelo fato de estar o tempo todo trabalhando, se preparando, e estudando para satisfazer o “deus mercado”. Não têm mais tempo de orar, de ler as Escrituras, de estar com os irmãos ou com a família.

Daí, Paulo confirmar tal ensinamento ao seu discípulo Timóteo: “De fato, grande fonte de lucro é a piedade com contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem cousa alguma podemos levar dele; tendo sustento e com o que nos vestir, estejamos contentes” (1 Timóteo 6.6-7).

Ou seja, porque desgastar o melhor de nossa vida, de nosso tempo, em algo que é pó, que não vamos levar conosco? Obviamente que todos temos que prover, com a possibilidade que temos, o necessário para a manutenção de nossa vida e dos nossos. Mas focar a vida somente na aquisição de bens materiais, segundo Jesus, é loucura!

Um amigo ateu me questionou acerca de tal ensinamento, dizendo que a “outra vida” é algo que não se pode provar de modo algum; daí, os cristãos (que vivem o cristianismo, obviamente) podem estar se dando muito mal no final das contas, pois não aproveitaram esta vida para viver o melhor possível, materialmente falando.

Eu disse a ele que o ensino de Paulo e dos apóstolos é plenamente adequando e desejável, mesmo que não houvesse uma vida após a morte.

Conheci pessoas que se dedicaram completamente à prosperidade material. Mas que não amaram nem foram amados por ninguém. Não cultivaram relacionamentos de amor. Quando conquistaram os bens almejados, continuaram descontentes como sempre foram, pois tais conquistas não alegram o coração perpetuamente.

Por isso, mesmo se a vida se encerrasse na realidade presente, ainda assim, o ensino das Escrituras é bastante desejável e viável para nossas vidas.

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