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Mostrando postagens de outubro, 2012

495 anos de Reforma Protestante

H á algum tempo, todos os anos faço uma breve reflexão acerca da Reforma Protestante em seu aniversário; e procuro esforçar-me para não ser nem ufanista, nem pessimista demais, tentando fazer uma ponderação equilibrada deste fato, se é que algo assim é possível, quando se narra de dentro da experiência histórica que se quer descrever. Boa parte do cristianismo evangélico hoje, no Brasil, pouco se parece com o cristianismo dos tempos da Reforma. Somos, na maioria, pentecostais ou neopentecostais, arminianos, e temos poucas afinidades práticas, litúrgicas, e até mesmo teológicas, seja com Lutero, Calvino ou Thomas Crammer. A ver o rumo que os menonitas tomaram durante a história, é de se concluir também que pouco temos a ver com Menno Simons. Do cristianismo da reforma, creio que pouca expressividade temos no Brasil. É bem verdade que parece estarmos passando por um tipo de despertamento reformado, com o apoio de diversas igrejas presbiterianas e batistas, realizando alguns im

Objetos sagrados

Um dia destes estava dando aula sobre o tema “santidade” quando surgiu uma discussão acerca de objetos sagrados, dividindo as opiniões da turma. Sabemos que no Antigo Testamento havia a consagração de objetos para uma utilização santa, que não poderia ser violada de modo algum, sob pena, algumas vezes, da pessoa ser fulminada, como foi no caso dos filhos de Arão. No Novo Testamento, não parece haver muitas referências a tais objetos, e, o protestantismo, por conta do “sola scriptura” e também, pela reação ao catolicismo romano, acabou por reduzir a praticamente zero a existência de algum objeto sagrado que não fosse o próprio ser humano habitado pelo Espírito Santo de Deus. Entretanto, mesmo assim há os que defendem a existência de tais objetos no contexto evangélico. Há jovens, por exemplo, muito piedosos, que consagram seus instrumentos musicais para louvor ao Senhor, fazendo o voto de não tocar com os tais nenhuma música mundana. Acho muito bonita esta consagração, e válid

Arminianismo e Catolicismo Romano

Seguem abaixo algumas passagens acerca do livro arbítrio nos cânones do Concílio de Trento. 814. Cân. 4. Se alguém disser que o livre arbítrio do homem, movido e excitado por Deus, em nada coopera para se preparar e se dispor a receber a graça da justificação - posto que ele consinta em que Deus o excite e o chame - e que ele não pode discordar, mesmo se quiser, mas se porta como uma coisa inanimada, perfeitamente inativa e meramente passiva - seja excomungado [cfr. n° 797]. 815. Cân. 5. Se alguém disser que o livre arbítrio do homem, depois do pecado de Adão, se perdeu, ou se extinguiu, ou que é coisa só de título, ou antes, titulo sem realidade, e enfim, uma ficção introduzida na Igreja por Satanás - seja excomungado [cfr. n° 793 e 797]. Tais artigos foram elaborados claramente contra a fé reformada. Alguns anos após Calvino, um de seus discípulos, Jacob Armínius negou a doutrina da predestinação dos eleitos, conforme elaborada po seu meste. Há uma substânci

Quem permanece nele, não peca

“Qualquer que permanece nele não peca; qualquer que peca não o viu nem o conheceu” (1 João 3:6). Quem permanece em Cristo, não peca. Isso significa que, para pecarmos, temos que “sair”, “nos separmos de Jesus”. Como permanecer n’Ele, então, para não pecar? Onde Cristo está, para que, nele permanecendo, não venhamos a cair em tropeço? Qual é o local mais próximo em que o Filho de Deus está, para que, unidos a ele, não venhamos a nos unir ao pecado?

Amar como Cristo amou

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“Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto conhecerão que sois meus discípulos, se amardes uns aos outros” (João 13:34). P orque Jesus fala em um novo mandamento, se, há mais de mil anos antes, já havia sido dado o mandamento de amar o próximo como a si mesmo (Levítico 19.18)? É novo porque, agora, o modelo para o amor ao meu irmão não sou eu mesmo, mas sim Jesus, o Filho de Deus. Quando digo amar o próximo como a mim mesmo, de algum modo, ainda sirvo de parâmetro. Por isso, o novo mandamento é “amar como Cristo amou”. Muito poderia ser dito sobre isso, entretanto, penso que tudo pode ser resumido numa sentença dita pelo próprio Jesus: “ninguém tem maior amor do que este, o de dar a vida pelos seus amigos” (João 15.13). Ou seja, assim como Cristo deu a sua vida pelos discípulos, assim também estes devem dar a sua vida pelos seus irmãos. Damos a nossa vida pelos irmãos quando nos ded